terça-feira, 30 de setembro de 2008

a vida de Claudio


Poullart des Places pertencia a uma família eminente da Bretanha, com raízes aristocráticas, e tinha diante de si a possibilidade real de uma vida próspera e de um prestígio engrandecido. Inteligente, dotado de qualidades e facilidades sociais que lhe poderiam abrir portas de sucesso social e económico, o jovem Cláudio, fazendo os Exercícios Espirituais de Santo Inácio, passa por uma experiência intensa de conversão e de intimidade com Deus, que o chama ao despojamento e a um seguimento radical de Cristo no serviço aos mais pobres.

Dali em diante, viverá enamorado de Cristo, mergulhado em oração, decidido a seguir Jesus e a fazer do Evangelho a sua Regra de Vida. Uma decisão vocacional firme o orientará a preparar-se para o sacerdócio e foi neste caminho vocacional que ele se apercebeu da situação precária dos seminaristas pobres de Paris e decidiu fundar uma comunidade que os acolhesse e lhes garantisse uma formação sacerdotal sólida e fiel à Igreja, então ensombrada pelo Jansenismo, uma corrente teológica heterodoxa.

Assim nascia o Seminário do Espírito Santo, que Cláudio fundou aos 24 anos de idade, quando ainda nem era padre. A nova comunidade vivia dos restos de comida que a comunidade de Jesuitas lhe ia dando e alicerçava-se numa disciplina de vida espiritual muito exigente e numa determinação total de fidelidade à Igreja.

Foi por este projecto que Poullart des Places deu a vida, seis anos depois da fundação, no decurso de uma epidemia em Paris. Entretanto ordenado padre, Poullart des Places morreria aos 30 anos de idade, deixando o embrião de uma obra que se tornaria num dos maiores projectos de acção missionária da Igreja Católica.
A nós, espiritanos, algumas linhas fundamentais de inspiração nos ficam de Cláudio: Seguimento radical de Cristo, numa vida austera de oração e ascese; serviço dedicado aos mais pobres; fidelidade total à Igreja, à pureza da sua fé e à necessidade de formar sacerdotes com verdadeira qualidade cristã e apostólica.